quarta-feira, 26 de junho de 2013

É São João!

Especial para o Jornal do Lago Norte

Faz muito tempo, mas parece que foi ontem. Lembro muito bem das festinhas juninas que fazíamos na rua quando éramos crianças. Usávamos também a garagem da minha casa que, na época, ainda estava em construção. Pena que a empolgação desapareceu quando as crianças cresceram. Era bem divertido.

Além das comidas típicas e das bandeirolas, a gente gostava das brincadeiras, como a pescaria e o correio elegante. Mas, a que colocava medo em todo mundo, sem dúvida, era a temida prisão – improvisada pelos garotos no terreno ao lado, baldio e escuro. Tinha medo, mas a diversão era um sucesso.

Até hoje, alguns moradores do Lago Norte realizam as festas típicas desta época, com direito a quadrilha, fogueira e muito mais. É bonito de se ver a união entre a vizinhança. É mais comum o conjunto eleger uma casa para a festança. Cada ano, uma residência é escolhida. Cá entre nós, acho que na minha rua ninguém quer ter trabalho.

Já que é festa de São João, vamos deixar a preguiça de lado e aproveitar para brincar, comer, dançar e, claro, nos divertir de montão. Acho que o momento também é propício para nos aproximar das pessoas que moram ao lado. Tem pensado em organizar uma festinha na sua quadra? Procure então os seus vizinhos e coloque a ideia em prática, afinal: “A fogueira tá queimando em homenagem a São João. O forró já começou. Vamos gente, rapapé neste salão”.



quarta-feira, 22 de maio de 2013

Acordar é difícil, mas faz bem


Especial para o Jornal do Lago Norte


Brasília tem feito um frio. E para quem mora aqui, pertinho do lago, o gelo é ainda maior. Não que eu esteja reclamando. Sempre gostei desta época. Só acho ruim para acordar. O despertador toca, pelo menos, três vezes. Preciso programá-lo uns 15 minutos antes do horário certo.

Quando criança, essa vontade de curtir o friozinho na cama já existia. Lembro como era difícil acordar antes das 6h para não perder o ônibus escolar do Seu Tião. Nem acreditava quando ouvia: “Fernanda, está na hora”.  Poxa... parecia que tinha acabado de pegar no sono. Cá entre nós, se eu pudesse, ia para a escola de pijama mesmo. Quentinha. Sem trocar uma peça de roupa.

Às 6h15, pontualmente, o Seu Tião passava. Fora de casa, soltava o ar pela boca para checar a temperatura. Adorava ver a fumacinha. Antes de chegar à escola, fazíamos um tour pelo Lago Norte para pegar a molecada que, como eu, daria tudo para ficar debaixo das cobertas assistindo Ursinhos Carinhosos, Caverna do Dragão ou Cavalo de Fogo. Mas, desde cedo, o dever chamava.

Às vezes, precisamos nos abdicar de certas coisas para conseguirmos outras. Eu deixei e, até hoje, deixo de curtir a preguiça pela manhã, bem propícia nos dias de frio e que eu adoro, para correr atrás de ser alguém melhor. Com isso, já consegui ter mais disciplina.

Sei que a preguiça é grande e que o friozinho do Lago Norte é um convite para dormir, mas precisamos correr atrás. Então, que tal aproveitarmos as manhãs geladas nos fins de semana e feriados? Tenho certeza que as conquistas virão. Afinal: “Deus ajuda quem cedo madruga”.


segunda-feira, 6 de maio de 2013

Um simples gesto de carinho


Especial para o Jornal do Lago Norte

“Moça, sou morador de rua. Paga meu almoço?”. Assim fui recepcionada ao estacionar meu carro em uma área comercial do Lago Norte, por volta das 11h30. O menino parecia mesmo com fome.  Queria comer em um restaurante ao lado. Dirigi-me à papelaria e, quando voltei, fui novamente abordada. Disse a ele que traria uma marmita de casa, já que o almoço de páscoa havia sido farto e, certamente, ele iria se esbaldar. Mas ele disse: “Ah não. Aí vai demorar”.
           
 Mesmo assim, pensei: “Vou para casa, faço a marmita e trago. Gasto, no máximo, dez minutinhos”. E foi o que fiz. Cheguei ao estacionamento do comércio e, para a minha surpresa, ele já estava almoçando no restaurante. Na minha cabeça, achei que as pessoas iriam ignorá-lo. Felizmente, estava enganada. No Lago Norte, existem pessoas generosas. Cá entre nós, o triste mesmo é sempre ter alguém com fome. É claro que, rapidinho, encontrei um dono para a marmita que preparei.

Já ouvi alguns residentes do Lago Norte reclamarem da quantidade de pedintes no comércio da QI 02 (área especial), mais conhecido por Mini Mall. Acredito que muitos os ignoram por acharem que a atenção dada fará com que eles permaneçam ali, sem perspectiva de mudança e melhoramento. Porém, existem também os que não ajudam por, simplesmente, não aceitarem moradores de rua em um bairro nobre da capital do país. O assunto é mesmo polêmico e delicado.
            
Vale a pena tentar amá-los e respeitá-los. Oferecer um prato de comida é um simples gesto que qualquer morador do Lago Norte pode fazer.   Muitas vezes, desperdiçamos alimentos, mas somos incapazes de dar para quem precisa. Entretanto, para os que preferem ajudar de outra forma, é possível praticar a caridade moral, seja com uma palavra de conforto, um sorriso ou um simples cumprimento: “Bom dia”. “Boa tarde”. É válido colocar mais amor no coração e enxergar aqueles que também fazem parte do contexto em que vivemos. Fica a dica.

quarta-feira, 13 de março de 2013

As festas não são mais como antigamente

Especial para o Jornal do Lago Norte

Na minha época, a gente não precisava de muita coisa para se divertir por aqui. As meninas levavam um prato de salgado ou doce. Já os meninos, refrigerante (sempre achei isso injusto). O DJ também não podia faltar e, muito menos, luzes e efeitos na pista de dança. A luz negra era a preferida de muitos, principalmente, na hora da dança da vassoura. Assim, a nossa saudosa Festa Americana estava garantida. Eu frequentei muitas pelo Lago Norte no início dos anos 90, época da minha pré-adolescência.

Recordo alguns “hits” que embalavam, praticamente, todas as festinhas. No momento romântico da garotada, as minhas prediletas eram “Spending My Time” (Roxette) e “November Rain” (Guns N’ Roses). As meninas esperavam o convite para dançar. Sempre dava aquele friozinho na barriga, acompanhado da dúvida: “Será que vou sobrar?” Os que ficavam sem companheiro (a) pegavam a vassoura e, assim, com uma varridinha no pé do (a) colega, “roubava” o par alheio. Para arriscar passinhos mais animados com a turma, gostava de “What Is Love?” (Haddaway). O mais entendido do assunto dava os primeiros passos e o resto acompanhava. Não era o meu forte, mas estava ali, disposta a aprender.

A Festa Americana era uma maneira saudável de diversão. Hoje, percebo que muita coisa mudou. A garotada está cada vez mais “pra frente”. O refrigerante, muitas vezes, é trocado pelo álcool (grande parte dos jovens começa a beber com apenas 12 anos de idade). As músicas lentas são consideradas bregas (duvido muito que eles conheçam a dança da vassoura). Sem contar com as coreografias. Antigamente, elas eram inocentes. Agora, foram substituídas por danças obscenas. Cá entre nós, neste quesito, parece que, a cada ano, a situação piora.

É claro que, com o passar dos anos, a mudança de atitude é normal. Certamente, a minha mãe teve uma pré-adolescência bem diferente da que eu vivi. Mas, a questão é: no mundo “precoce” de hoje, vale uma atenção redobrada com a garotada. Acredito que o diálogo é a melhor maneira de acompanhá-los. Quem sabe, assim, além de informá-los sobre questões como drogas, evitamos, também, audiência aos funks de mau gosto que existem por aí. A sociedade agradece.


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A gurizada que poderia ser daqui


Especial para o Jornal do Lago Norte

A tragédia em Santa Maria está impregnada, não só nos gaúchos, como em todos os brasileiros. Acredito que, muitos jovens, moradores do Lago Norte, visualizaram as cenas que chocaram o mundo como se fossem as vítimas do terror. Posso confessar que me vi ali. Chorei. Só de pensar, me sinto sufocada. Em nosso bairro, existem várias pessoas com a mesma faixa etária e perfil social das que estavam na Boate Kiss. A identificação é imediata.

Nunca fui adepta a casas noturnas, mas, mesmo assim, já perdi a conta de quantas frequentei. Hoje penso que grande parte delas poderia estar em condições semelhantes à casa de shows em Santa Maria, com alvará vencido e várias irregularidades que colocariam em risco a vida do público.

Diante do fato, é normal que se queira achar um culpado. Autoridades que não fiscalizaram o local?  Integrantes da banda que utilizaram artefatos pirotécnicos em lugar fechado? Proprietários da boate que permitiram a superlotação da casa? São pontos que serão esclarecidos pela perícia e, até que se chegue a uma conclusão, muita coisa pode mudar. Mas o que não muda nunca é o resultado desastroso que a irresponsabilidade, seja lá de quem, trouxe. O sofrimento causado às famílias que perderam seus entes queridos jamais será esquecido.

Após o espisódio, prefeituras e governos estaduais do Brasil anunciaram medidas para aumentar a fiscalização de casas noturnas, inclusive, no Distrito Federal. A Agefis avisa que será rigorosa. Cá entre nós, é incrível como é preciso acontecer uma tragédia para que as autoridades tomem providências. No Lago Norte, no Centro de Atividades, existem algumas casas de shows e salões para festas. Esperamos que todos estejam em situação regular. Que a Administração Regional fique atenta e seja minuciosa na liberação dos alvarás. 

O que aconteceu em Santa Maria realmente é muito triste. Porém, a vida continua, as festas não param e o carnaval já chegou. Multidões estarão reunidas. Com segurança? Na falta de uma fiscalização eficiente, nos resta o bom senso que, certamente, faltou aos culpados pela tragédia. Quem sabe com os olhos bem abertos e mais responsabilidade possamos evitar tragédias como essa. 


quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Nosso tranquilo pit stop, faça chuva ou faça sol


Especial para o Jornal do Lago Norte

Entramos em um novo ano. Por aqui, as coisas ainda não começaram. O bairro, como todo mês de janeiro, está uma calmaria só. Ao andar pelas ruas do Lago Norte é visível a tranquilidade ao quadrado. Notamos apenas alguns pobres mortais que não tiraram férias e já estão na batalha (meu caso). Mas, sem muito estresse, já que o ano mal começou. Não deu nem tempo para colocar os novos (ou velhos?) projetos em prática.

Muitos moradores do Lago Norte estão em belas praias do Brasil renovando as energias. Mas, para os que ficaram por aqui, basta aproveitar o que de melhor temos. O bairro vazio nesta época é ideal para refletirmos sobre o que queremos nos próximos onze meses do ano: um grande amor, uns quilinhos a menos, paz e “muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender”. Traz uma sensação de recomeço. Parece que estamos no pit stop, fazendo alguns ajustes para iniciar mais uma etapa da prova - a vida.
           
Não temos mar e muito menos areia fofa para pisar. Mas, nos dias de sol (ficamos na torcida para que eles voltem), contamos com a grama verdinha dos nossos quintais e a piscina que, se não for aquecida, nos faz acordar para a vida rapidinho. Um mergulho no Lago Paranoá (por que não?), também pode ser renovador. O Lago Norte proporciona alguns lugares que permitem o banho, como o Parque das Graças, no final da Península Norte, e a famosa Quebra da 13, ao lado do Hospital Sarah Kubitschek. Eu já fui e recomendo. Já nos dias de chuva, também podemos aproveitar. Que tal um delicioso chocolate quente e um filminho com uma boa companhia? Podemos ainda visitar os shoppings do nosso bairro, pegar um cinema ou ir a uma livraria.

Bom, sem queixumes por ter começado o ano em Brasília. Afinal, faça chuva ou faça sol, sempre temos o que fazer no Lago Norte. Basta querer. Então, vamos aproveitar o verão na cidade de acordo com o humor de São Pedro. Se sol, separe a roupinha de banho e o protetor solar, se chuva, o agasalho. Preparados? Então, let´s go recarregar as baterias no pit stop do Lago Norte mesmo que, cá entre nós, tá bom demais.        




quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Jingle bell


Especial para o Jornal do Lago Norte

O Natal se aproxima e, com ele, muitas mudanças pelas ruas do Lago Norte. Em homenagem à data, as casas ganham luz e uma decoração pra lá de especial. Não só a árvore natalina ganha pisca-pisca, mas também as plantas do jardim e a fachada das residências. Sem contar com as diferentes guirlandas que enfeitam a porta de entrada e vários Papais Noéis pendurados nas janelas. É, em dezembro, tudo fica mais bonito.

Quando criança, lembro de um concurso da rua mais bela. Acredito que foi realizado pela Prefeitura da Península Norte e a Administração Regional. Passeávamos pelas quadras do bairro para apreciar as decorações. Naquela época, não lembro bem o ano, o espírito natalino tomou conta dos moradores e os vizinhos se uniram pela causa. Tudo bem, o incentivo foi um automóvel zero quilômetro como prêmio. Mas isso é apenas um detalhe. Cá entre nós, a impressão que tive é que, finalmente, comemorei a data no Polo Norte.

Este ano, resolvi ajudar. Mas não na parte decorativa. Até porque, aqui em casa, não fomos acostumados a enfeitar o ambiente para receber o Natal. Porém, colaborei por meio da caridade. Acho que nunca havia participado de um evento beneficente como esse. E não é que me fez um bem danado ver aquelas crianças carentes com os olhinhos brilhando ao receber um presente. Eu indico.

Penso que o espírito natalino vai além da árvore de natal, do Papai Noel, do pisca-pisca e das guirlandas penduradas na porta de entrada. São válidos os apetrechos para comemorar o nascimento de Jesus Cristo. Mas a data é mais do que isso. O Natal é sinônimo de reflexão, de caridade, de amor ao próximo. É também o momento de avaliarmos nossas atitudes perante a família, amigos e inimigos e claro, a Deus. Como diria o nosso querido Chico Xavier: “O Cristo não pediu muita coisa. Não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros”. Que tal refletir sobre isso?