Especial para o Jornal do Lago Norte
A tragédia em Santa Maria está impregnada, não só nos gaúchos, como em todos os
brasileiros. Acredito que, muitos
jovens, moradores do Lago Norte, visualizaram as cenas que chocaram o mundo
como se fossem as vítimas do terror. Posso confessar que me vi ali. Chorei. Só
de pensar, me sinto sufocada. Em nosso bairro, existem várias pessoas com a
mesma faixa etária e perfil social das que estavam na Boate Kiss. A
identificação é imediata.
Nunca fui adepta a casas noturnas, mas, mesmo assim, já perdi a conta de
quantas frequentei. Hoje penso que grande
parte delas poderia estar em condições semelhantes à casa de shows em Santa
Maria, com alvará vencido e várias irregularidades que colocariam em risco a
vida do público.
Diante do fato, é normal que se queira achar um culpado. Autoridades que não
fiscalizaram o local? Integrantes da banda que utilizaram artefatos
pirotécnicos em lugar fechado? Proprietários da boate que permitiram a
superlotação da casa? São pontos que serão esclarecidos pela perícia e, até que
se chegue a uma conclusão, muita coisa pode mudar. Mas o que não muda nunca é o
resultado desastroso que a irresponsabilidade, seja lá de quem, trouxe. O
sofrimento causado às famílias que perderam seus entes queridos jamais será
esquecido.
Após o espisódio, prefeituras e governos estaduais do Brasil anunciaram medidas
para aumentar a fiscalização de casas noturnas, inclusive, no Distrito Federal.
A Agefis avisa que será rigorosa. Cá entre nós, é incrível como é preciso
acontecer uma tragédia para que as autoridades tomem providências. No Lago
Norte, no Centro de Atividades, existem algumas casas de shows e salões para
festas. Esperamos que todos estejam em situação regular. Que a Administração
Regional fique atenta e seja minuciosa na liberação dos alvarás.
O que aconteceu em Santa Maria realmente é muito triste. Porém, a vida
continua, as festas não param e o carnaval já chegou. Multidões estarão
reunidas. Com segurança? Na falta de uma fiscalização eficiente, nos resta o
bom senso que, certamente, faltou aos culpados pela tragédia. Quem sabe com os
olhos bem abertos e mais responsabilidade possamos evitar tragédias como essa.
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