Especial para o Jornal do Lago Norte
“Moça, sou
morador de rua. Paga meu almoço?”. Assim fui recepcionada ao estacionar meu
carro em uma área comercial do Lago Norte, por volta das 11h30. O menino
parecia mesmo com fome. Queria comer em um restaurante ao lado. Dirigi-me
à papelaria e, quando voltei, fui novamente abordada. Disse a ele que traria
uma marmita de casa, já que o almoço de páscoa havia sido farto e, certamente,
ele iria se esbaldar. Mas ele disse: “Ah não. Aí vai demorar”.
Mesmo assim, pensei: “Vou para casa, faço a marmita e trago. Gasto, no máximo,
dez minutinhos”. E foi o que fiz. Cheguei ao estacionamento do comércio e, para
a minha surpresa, ele já estava almoçando no restaurante. Na minha cabeça,
achei que as pessoas iriam ignorá-lo. Felizmente, estava enganada. No Lago
Norte, existem pessoas generosas. Cá entre nós, o triste mesmo é sempre ter
alguém com fome. É claro que, rapidinho, encontrei um dono para a marmita que
preparei.
Já ouvi alguns residentes do Lago
Norte reclamarem da quantidade de pedintes no comércio da QI 02 (área
especial), mais conhecido por Mini Mall. Acredito que muitos os ignoram por
acharem que a atenção dada fará com que eles permaneçam ali, sem perspectiva de
mudança e melhoramento. Porém, existem também os que não ajudam por,
simplesmente, não aceitarem moradores de rua em um bairro nobre da capital do
país. O assunto é mesmo polêmico e delicado.
Vale a pena tentar amá-los e respeitá-los.
Oferecer um prato de comida é um simples gesto que qualquer morador do Lago
Norte pode fazer. Muitas
vezes, desperdiçamos alimentos, mas somos incapazes de dar para quem precisa.
Entretanto, para os que preferem ajudar de outra forma, é possível praticar a
caridade moral, seja com uma palavra de conforto, um sorriso ou um simples
cumprimento: “Bom dia”. “Boa tarde”. É válido colocar mais amor no coração e
enxergar aqueles que também fazem parte do contexto em que vivemos. Fica a
dica.
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