Visite o seu jardim

Especial para o Jornal do Lago Norte

Filhotes de sabiá no meu jardim

Cheguei ao Lago Norte com apenas nove meses de idade. Cresci sem frescura. Fui acostumada a andar descalça no quintal e a comer frutas do pé. É fato que, o espaçoso terreno de casa, me proporcionou ótimos momentos no jardim. Lembro que, aos fins de semana, levava as bonecas para a piscina e ali ficava por horas. Gostava também de subir em árvores, brincar de pique-pega, jogar vôlei e balançar no pneu velho improvisado na goiabeira. Enquanto isso, meus pais brincavam de paisagismo. Não é à toa que, hoje, nosso jardim parece mais a Mata Atlântica.

Fiquei um período afastada do quintal. Na adolescência, gostava mesmo era de ver televisão e descobrir as novidades do computador. A diversão saudável foi, por mim, esquecida. A piscina era habitada apenas pelas visitas que moravam em apartamento. Movimentar o corpo? Só nas aulas obrigatórias de Educação Física. Ficava dias sem visitar o jardim. Mas o bom é que esse período de ‘aborrescente’ durou pouco. E logo estava eu, aproveitando os dias ensolarados na piscina e andando descalça pelo quintal.

Hoje, acho indispensável ir até o jardim renovar as energias. Seja apenas para cuidar do meu cachorro, molhar as plantas, ver como estão bonitas as orquídeas do meu pai ou, simplesmente, espiar os filhotes de sabiá em um ninho feito embaixo do sombreiro e, quem sabe, presenciar o momento quando a mãe aparece para alimentá-los.

Cá entre nós, não é em qualquer lugar que podemos desfrutar de episódios tão especiais junto à natureza. No Lago Norte, isso é possível. Pena que tem muito morador que, como eu na adolescência, não dá valor. Fica apenas dentro de casa, enquanto o mosquito da dengue toma conta do jardim. Quem sabe não é a hora certa para mudar. Visite o seu quintal e perceba o que o nosso bairro tem de melhor para oferecer.