segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Leishmaniose tá na área


Especial para o Jornal do Lago Norte

Meu cachorro Patrão
Esses dias, reparei uns nódulos nas orelhas do meu cachorro. Como estava fazendo uma matéria sobre leishmaniose para o Jornal do Lago Sul, fiquei assustada e pensei: “Essas perebas aí devem ser sintomas de leishmaniose”. Não que eu seja pessimista. Mas é que, em área endêmica da doença, como o Lago Norte, todo cuidado é pouco. Meu namorado que é veterinário, logo providenciou os exames. Ainda bem que o resultado deu negativo. Na verdade, o que o Patrão tem são histiocitomas - tumores benignos, comuns em cães jovens.

Para quem não sabe, leishmaniose é uma zoonose causada pelo protozoário do gênero Leishmania e transmitida por um inseto conhecido, popularmente, como mosquito palha (Flebotimeo Lutzomya longipalpis). Ela também pode ser transmitida aos seres humanos, principalmente pessoas desnutridas e imunossuprimidas, pela picada do mosquito contaminado com o sangue do animal doente, geralmente o cão. Mas vale lembrar que outros animais como gato, rato, gambás e raposas também podem ser infectados pela doença.

O assunto é polêmico. Conversei com a veterinária Denise Salgado, especialista em Patologia Clínica pela Universidade de São Paulo (USP) e proprietária do CID-Vet - Laboratório Veterinário. Ela me disse que, no Brasil, o tratamento em cães é proibido. Ou seja, o animalzinho que estiver doente, pelo sistema aplicado em nosso país, deve ser eutanasiado. Mas cá entre nós, será mesmo que isso resolve? Se quem transmite a doença é o danadinho do mosquito, por quê então, ao invés de exterminar nossos companheiros fiéis, não estudam uma maneira de acabar com o mosquito? E olha que tem muito cão morrendo por aí, com base apenas em resultados de exames sorológicos. É importante destacar que, segundo a veterinária, o diagnóstico definitivo é somente o exame parasitológico positivo, com observação do agente.

Bom, gastaria a edição inteira do jornal só para falar sobre isso. Muita gente não sabe nem o que é a doença. Acho que faltam campanhas educativas à população. Por exemplo, aqui no Lago Norte, onde as pessoas são instruídas, existem ainda muitos quintais sujos. O mosquito gosta da matéria orgânica em decomposição e locais úmidos e escuros. Isso a gente pode evitar, limpando bem nossos lotes. Algumas dicas são podar as árvores, para aumentar a claridade e a circulação do ar no ambiente, e recolher as frutas que caem no jardim. Então, o que estão esperando? Vamos fazer a nossa parte. Mãos à obra, pessoal!
           

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