Especial para o Jornal do Lago Norte
Meu cachorro Patrão |
Esses
dias, reparei uns nódulos nas orelhas do meu cachorro. Como estava fazendo uma
matéria sobre leishmaniose para o Jornal do Lago Sul, fiquei assustada e pensei:
“Essas perebas aí devem ser sintomas de leishmaniose”. Não que eu seja
pessimista. Mas é que, em área endêmica da doença, como o Lago Norte, todo
cuidado é pouco. Meu namorado que é veterinário, logo providenciou os exames.
Ainda bem que o resultado deu negativo. Na verdade, o que o Patrão tem são histiocitomas - tumores benignos, comuns em
cães jovens.
Para quem não sabe,
leishmaniose é uma zoonose causada pelo protozoário do gênero Leishmania
e transmitida por um inseto conhecido, popularmente, como mosquito palha
(Flebotimeo Lutzomya longipalpis). Ela também pode ser transmitida aos seres
humanos, principalmente pessoas desnutridas e imunossuprimidas, pela picada do
mosquito contaminado com o sangue do animal doente, geralmente o cão. Mas vale
lembrar que outros animais como gato, rato, gambás e raposas também podem ser
infectados pela doença.
O
assunto é polêmico. Conversei com a veterinária
Denise Salgado, especialista em Patologia Clínica pela Universidade de São
Paulo (USP) e proprietária do CID-Vet - Laboratório Veterinário. Ela me disse
que, no Brasil, o tratamento em cães é proibido. Ou seja, o animalzinho que
estiver doente, pelo sistema aplicado em nosso país, deve ser eutanasiado. Mas
cá entre nós, será mesmo que isso resolve? Se quem transmite a doença é o
danadinho do mosquito, por quê então, ao invés de exterminar nossos
companheiros fiéis, não estudam uma maneira de acabar com o mosquito? E olha
que tem muito cão morrendo por aí, com base apenas em resultados de exames
sorológicos. É importante destacar que, segundo a veterinária, o diagnóstico
definitivo é somente o exame parasitológico positivo, com observação do agente.
Bom,
gastaria a edição inteira do jornal só para falar sobre isso. Muita gente não
sabe nem o que é a doença. Acho que faltam campanhas educativas à população.
Por exemplo, aqui no Lago Norte, onde as pessoas são instruídas, existem ainda
muitos quintais sujos. O mosquito gosta da matéria orgânica em decomposição e
locais úmidos e escuros. Isso a gente pode evitar, limpando bem nossos lotes.
Algumas dicas são podar as árvores, para aumentar a claridade e a circulação do
ar no ambiente, e recolher as frutas que caem no jardim. Então, o que estão esperando?
Vamos fazer a nossa parte. Mãos à obra, pessoal!
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