Especial para o Jornal do Lago Norte
Saulo, Polar, eu, um descendente e o fusquinha |
Polar era o nome do meu primeiro
cachorro, nascido e criado no Lago Norte. Eu era muito pequena, mas lembro bem
quando fomos buscá-lo. Ele estava com a mãe e os irmãos em uma casa no bairro.
Destacava-se pela cor. O único branquinho da turma. Meu irmão (Saulo) colocou o
olho e logo o escolheu. Acho que se identificou. É que, diferente de mim, que
sou morena, meu irmão é branco como leite.
Não sei bem qual era a mistura do Polar.
Segundo o meu pai, nosso cachorro era “Pastor Limão com Abacaxi”. Bom, dessa
mistura aí, sei que o vira-latinha se tornou um cachorrão pra lá de especial.
Detestado por uns (ele aprontava pelas ruas do Lago Norte) e amado por tantos
outros (era dócil e amigo fiel), o Popode (como eu o chamava) foi companheiro
da família Angelo por um longo período, marcado por fatos engraçados e
curiosos.
Criado como cachorro (nos dias de
hoje, é bom esclarecer), nosso melhor amigo, bastante inteligente, vivia solto.
Naquela época, não havia cerca alguma que delimitasse a casa que morávamos.
Então, o espertinho aproveitava para passear e, de quebra, namorar (deve ter
deixado muitos descendentes por aqui). Mas, muitas voltas do Polar pelo bairro
não terminavam bem. É que o valentão adorava brigar. Meu pai separava os fights e resolvia o lado “abacaxi” da
mistura. Acho que, de macho, o Polar só tolerava mesmo o Pixote – outra mistura
estranha que vivia na casa em frente. Sempre quando fazíamos churrasco, o Pixote
era convidado. Os dois adoravam desfilar juntos atrás de um pedaço de carne.
Dentro do carro, o Polar não gostava
de passear (certa vez vomitou nas costas do meu pai em mais uma tentativa de
levá-lo motorizado ao veterinário). Mas, do lado de fora, sempre quando saímos
com o fusquinha, o Saulo e eu olhávamos o show de atletismo pela janela. Ele só
parava de correr atrás do carro depois de dois conjuntos percorridos. Cá entre
nós, a dúvida é se nosso pet queria que ficássemos em casa ou se era apenas uma
cena de exibicionismo.
Grande parte da minha infância foi
com a presença do Polar, um membro da família que teve uma missão especial:
ajudar no desenvolvimento de duas crianças. Devo, parte do que sou, a ele.
Posso dizer que o Popode me ensinou atitudes que um animalzinho tem de sobra,
como a lealdade. Então, não preciso nem
dizer o quanto é importante a presença de um animal de estimação em um lar e,
principalmente, o bem que ele faz às crianças. São tantos abandonados por aí.
Eles adorariam viver em uma casa espaçosa no Lago Norte. A dica é: adote um.
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