quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Pastor Limão com Abacaxi


Especial para o Jornal do Lago Norte

Saulo, Polar, eu, um descendente e o fusquinha
Polar era o nome do meu primeiro cachorro, nascido e criado no Lago Norte. Eu era muito pequena, mas lembro bem quando fomos buscá-lo. Ele estava com a mãe e os irmãos em uma casa no bairro. Destacava-se pela cor. O único branquinho da turma. Meu irmão (Saulo) colocou o olho e logo o escolheu. Acho que se identificou. É que, diferente de mim, que sou morena, meu irmão é branco como leite.

          
Não sei bem qual era a mistura do Polar. Segundo o meu pai, nosso cachorro era “Pastor Limão com Abacaxi”. Bom, dessa mistura aí, sei que o vira-latinha se tornou um cachorrão pra lá de especial. Detestado por uns (ele aprontava pelas ruas do Lago Norte) e amado por tantos outros (era dócil e amigo fiel), o Popode (como eu o chamava) foi companheiro da família Angelo por um longo período, marcado por fatos engraçados e curiosos.

Criado como cachorro (nos dias de hoje, é bom esclarecer), nosso melhor amigo, bastante inteligente, vivia solto. Naquela época, não havia cerca alguma que delimitasse a casa que morávamos. Então, o espertinho aproveitava para passear e, de quebra, namorar (deve ter deixado muitos descendentes por aqui). Mas, muitas voltas do Polar pelo bairro não terminavam bem. É que o valentão adorava brigar. Meu pai separava os fights e resolvia o lado “abacaxi” da mistura. Acho que, de macho, o Polar só tolerava mesmo o Pixote – outra mistura estranha que vivia na casa em frente. Sempre quando fazíamos churrasco, o Pixote era convidado. Os dois adoravam desfilar juntos atrás de um pedaço de carne.

Dentro do carro, o Polar não gostava de passear (certa vez vomitou nas costas do meu pai em mais uma tentativa de levá-lo motorizado ao veterinário). Mas, do lado de fora, sempre quando saímos com o fusquinha, o Saulo e eu olhávamos o show de atletismo pela janela. Ele só parava de correr atrás do carro depois de dois conjuntos percorridos. Cá entre nós, a dúvida é se nosso pet queria que ficássemos em casa ou se era apenas uma cena de exibicionismo.

Grande parte da minha infância foi com a presença do Polar, um membro da família que teve uma missão especial: ajudar no desenvolvimento de duas crianças. Devo, parte do que sou, a ele. Posso dizer que o Popode me ensinou atitudes que um animalzinho tem de sobra, como a lealdade.  Então, não preciso nem dizer o quanto é importante a presença de um animal de estimação em um lar e, principalmente, o bem que ele faz às crianças. São tantos abandonados por aí. Eles adorariam viver em uma casa espaçosa no Lago Norte. A dica é: adote um.

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