Se não arrisco, não petisco

Especial para o Jornal do Lago Norte

Este mês, fiz uma entrevista com a primeira prefeita do Lago Norte, a Sílvia Seabra. Tantas histórias. Infelizmente, não coube muita coisa no espaço reservado à matéria. Aproveito a coluna para falar um pouco mais sobre o nosso bate-papo que me fez refletir bastante sobre como era a vida por aqui. As pessoas que vieram morar no Lago Norte foram muito visionárias. Naquela época, a região não tinha absolutamente nada. Será que elas imaginavam que o bairro seria um dos melhores lugares para morar em Brasília?

Imagina chegar a um local onde só tem mato ao redor, escuridão e temidos animais peçonhentos (saiba que a ex-prefeita foi picada por um escorpião).  Assim era o Lago Norte há cerca de 30 anos. Minha mãe conta que não queria morar aqui. Estava acostumada com a comodidade de um apartamento. Tudo limpinho. Mas meu pai foi o grande incentivador e ela acabou se acostumando com a vida cercada por poeira e lama (dependia da época do ano). Hoje, cá entre nós, pergunta se ela quer sair daqui.

Fazer feira no Lago Norte, segundo Sílvia Seabra, só no Bar do Português. Depois, chegou o supermercado Sab, para a alegria da comunidade (tem gente que, até hoje, chama o local onde faz compras, na QI 02, de Sab). Agora, olha quantos supermercados temos pelo bairro. E não é só isso. Contamos com shoppings, padarias, salas comerciais, academias. Definitivamente, tudo que supra as necessidades dos moradores. Não precisamos sair do Lago Norte para nada.

Brasília cresceu bastante e a situação se repete, só que em outras regiões. Quem procura por um lote hoje, precisa ter a visão que os moradores do Lago Norte tiveram naquela época. Existem muitos terrenos à venda pela cidade. A maioria está em lugares isolados, sem nada, como o nosso antigo bairro. Como saber se aquele pedaço de terra será, futuramente, ideal para viver?

Acredito que vale a pena apostar. Se a minha mãe não tivesse ouvido o meu pai, certamente, ainda viveríamos em um apartamento na Asa Sul. Vários lugares da cidade que, atualmente, são considerados longe, amanhã, serão vistos como muito próximos ao Plano Piloto. Não tenha medo do amanhã. Ninguém chega ao sucesso sem enfrentar os desafios que a vida impõe. Lembre-se: “Quem não arrisca, não petisca”.