sexta-feira, 16 de março de 2012

Sinta-se em casa

Especial para o Jornal do Lago Norte

No mês passado, recebi uma prima que mora em Ariquemes (RO). Sempre quando íamos ao comércio no Lago Norte, ela ficava preocupada com a roupa que estava vestida. “Fernanda, é tranquilo ir assim? Está feio?”. Eu olhava para ela e, sinceramente, sempre estava com uma roupa melhor que a minha. Penso se era alguma indireta para eu trocar as minhas vestimentas. Sabe como é, né? Para o morador do Lago Norte, estar em casa ou no comércio local é quase a mesma coisa.

Tenho percebido que quando vou ao banco, farmácia, padaria…, raramente troco de roupa. Parece que esses locais são como uma extensão da minha casa. Fico tão à vontade. Não importa se estou com aquela blusinha velha que tanto gosto ou uma bermuda jeans bem gasta. O chinelo de dedo sempre acompanha. Vou assim mesmo, sem vergonha de ser feliz.

Mas eu não sou a única. Por conta dessa preocupação da minha prima, comecei a reparar nas pessoas que saem de casa para fazer comprinhas rápidas pelas ruas do nosso bairro. Vi cada figura. Um senhor com uma calça de moletom (acompanhada por alguns furinhos) e, para completar, uma camiseta que, cá entre nós, juro que era do pijama. Garanto que, se você for comprar pão de manhã, com certeza vai encontrar pelo menos um cidadão com esse look.

Bom, toda essa história me fez perceber como as pessoas se sentem em casa no Lago Norte. E por mais que pareça um pouco esquisito andar ‘mal vestido’ pelas ruas do nosso bairro, acho bem legal. Sério, não é em qualquer lugar que podemos sair à vontade sem sermos apontados por fulano, sicrano ou beltrano. Que bom que podemos circular assim no Lago Norte, ou melhor, no quintal da nossa casa. Viva as calças de moletom furadas, o pijaminha que quase engana e os bons e velhos chinelos de dedo.


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